Economia de Mercado

A palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde os agentes econômicos realizavam suas transações. Em sua historia geral da economia Max Weber descreve como os senhores feudais da idade média estabeleciam mercados em seus territórios, concedendo o privilegio de sua exploração, como forma de atender ás necessidades de suprimentos em seus domínios e de facilitar, pela centralização das transações, a cobrança de tributos. Este conceito chegou aos dias atuais, o mercado permanece, por tradição como um lugar definido, especialmente edificado, para o encontro de produtores e consumidores. Nesses mercados locais, geralmente o que mais se vende são produtos, destinados a suprimentos básicos.
Mas o conceito de mercado, em sua acepção econômica mais ampla, está bem distante dessa tradição. Como observa Galbaith, ”mercado, agora é uma abstração. Já não existe a conotação geográfica. Executivos de grandes empresas indústrias ou do setor financeiro falam das dificuldades com que eles se defrontam no mercado.



O pensamento liberal clássico e a economia de mercado
As características básicas que acabam de ser descritas só foram superadas a partir da segunda metade do século XVIII, com a formulação do pensamento liberal clássico. Uma rebelião de novas idéias, fundamentada em novos princípios, coincidiu com a Revolução Francesa. Os princípios da autoridade, da proteção e da tradição foram postos em cheque pelos pensadores liberais.
Segundo o relato de G.Steiner “os homens não aceitavam mais cegamente o ponto de vista de que era natural e conveniente que o governo regulasse todos os aspectos da vida econômica e social. Pelo contrário, florescia a idéia de que era natural e conveniente que não houvesse qualquer intervenção. A própria revolução americana lutou em defesa dos princípios da economia de mercado em que a ordem econômica deveria resultar da ordem natural. Assim, a experiência americana e as teorias da ordem e do direito natural desenvolvidas na Europa ocidental, continham, em sua essência, as idéias que serviriam para fazer submergir a filosofia e a prática do regulamentarismo. Primeiramente, elas se baseavam na doutrina do individualismo, segundo a qual o individuo e não o governo era objeto principal do interesse social.
A racionalidade do homem econômico, as virtudes do individualismo e o automatismo das forças do mercado, tudo isto sob ajustamento que a concorrência se encarregaria de fazer, substituiriam, segundo as novas correntes de pensamentos, as ordens emanadas do governo. Cada qual seria compelido por seu próprio interesse, a propriedade dos meios de produção haveria de ser privada e a iniciativa de empreender seria liberada. Sob esta nova ordem, os empreendedores seriam atraídos pelos setores que apresentassem melhores perspectivas de ganho. Por outro lado as unidades familiares também se guiariam por seus próprios interesses, quer no emprego dos recursos de sua propriedade, que em suas satisfações de consumo. E como os interesses conflitantes seriam solucionados pelas forças da concorrência, não haveria soluções em que eficiência, a eficácia e a equidistribuição não estivesse, de alguma forma satisfeita.

Século XX

· Criação da URSS
· Extensão do modelo á Europa do Leste, China, Cuba e outras economias da Ásia e da África.

Traços dominantes da nova ordem econômica

· Propriedade coletiva dos meios de produção
· Restrições quase totais á liberdade de empreendimento
· Organização de centrais de planificação para coordenação da economia.

Intervencionismo na economia de mercado

· Fim do laissez-faire
· Novas funções do Estado: regulação, empreendimentos e bem-estar.

Traços dominantes da nova ordem econômica

· Restrições seletivas ao empreendimento privado.
· Estatização parcial
· Mercado submetido ao poder regulatório da autoridade pública.

Economias em transição

· Reestruturação e abertura das economias de comando central
· Revisão dos papeis, do tamanho e dos limites do governo nas economias de mercado.


A economia de mercado pode ser analisada por dois sistemas:

Sistema de concorrência pura
Sistema de economia mista


Sistema de concorrência pura

Nesse sistema existem milhares de produtores e consumidores que resolvem os problemas econômicos fundamentais, sem a necessidade de intervenção do Estado. Isso se torna possível pelo mecanismo de preços, onde se houver excesso de oferta, vão se formar estoques nas empresas que serão obrigadas a diminuir seus preços e se houver excesso de demanda, vão se formar filas, e o preço tende a aumentar até que se atinja um equilíbrio.

Os problemas fundamentais da economia são resolvidos da seguinte forma:

O que e quanto produzir: os produtores que irão decidir o bem e o serviço mais rentável é aquele que será mais produzido.
Como produzir: É obtido pela escolha entre tecnologia, recursos e comparação de preços com recursos alternativos.
Para quem produzir: É decidido pelo encontro da demanda e oferta dos serviços dos fatores de produção. Assim quem tiver renda suficiente participará da distribuição.

Imperfeições

Suas principais imperfeições são:
Grande simplificação da realidade;
Os preços nem sempre flutuam livremente, por causa dos fatores como: sindicatos, poder de monopólio e oligopólio, intervenções do governo (imposto, tarifas, política salarial, etc.);
O mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos;
O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda.

Aspectos de uma economia de mercado
Vantagens da economia de mercado
Desvantagens Economia de Mercado
    Os produtores oferecem bens e serviços rentáveis e pelos e pelos quais há demanda.
 As pessoas podem escolher consumir e produzir segundo suas preferências e disponibilidades.
Não oferecer produtos em situações onde o preço (valor de troca) é inferior aos custos de produção.
Pessoas podem comprar ou alugar Os fatores de produção desta forma converter-Se em produtores e oferecer bens e serviços pelo mercado.
O sistema de preços decide sobre a produção, não necessita de intervenção do Estado.
 Imperfeições na concorrência devido a estruturas de mercado monopolizadas ou oligopolizadas.
 As variações na demanda ou da oferta de bens provocam variações no preço dos bens. Os preços fazem o equilíbrio da oferta e da demanda.
Os indivíduos têm incentivos financeiros para atuar de forma produtiva. Se os produtores lançam no mercado o que os consumidores desejam, podem obter grandes lucros.
Incapacidade do mercado de promover uma perfeita alocação de recursos.

A demanda de bens e serviços determina sua oferta.
Incapacidade do mercado em promover sozinha uma justa distribuição de renda.

Sistema de mercado misto

Até o final do século passado, predominava-se um sistema muito próximo ao da economia pura, porém no século XX se tornou mais presente a força dos sindicatos e dos monopólios e oligopólios, associado a outros fatores, a economia se tornou mais complexa. A depressão dos anos 30 mostrou que o mercado sozinho, não garante que a economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos. Assim o governo atua na eliminação das distorções alocativas e distributivas e melhoria no padrão de vida da coletividade. Isso pode dar-se das seguintes formas:

Atuação sobre a formação de preços;
Complemento da iniciativa privada;
Fornecimento de serviços públicos;
Fornecimento de bens públicos;
Compra de bens e serviços do setor privado.


VASCONCELLLOS, Marco Antonio Sandoval, ECONOMIA Micro e Macro, 4ª edição Editora Atlas
ROSSETTI, José Paschoal, Introdução à economia, 20ª edição, Editora Atlas

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